Durante a pandemia, o álcool em gel se tornou um aliado essencial para a limpeza. Muitas pessoas o utilizavam para higienizar objetos e, principalmente, as compras do supermercado antes de guardá-las.
Com o avanço no controle da covid-19 – graças às medidas de higiene, ao distanciamento social, ao uso de máscaras e, sobretudo, ao desenvolvimento das vacinas – muitos desses hábitos acabaram sendo deixados de lado.
No entanto, mesmo fora do auge de uma pandemia, vírus e bactérias seguem presentes no nosso dia a dia. Eles podem estar “escondidos” em objetos de uso cotidiano e causar problemas à saúde. Para se ter uma ideia, pesquisas apontam que itens como controles remotos, celulares, pincéis de maquiagem e esponjas de cozinha podem conter mais microrganismos do que um vaso sanitário.
Somente o celular, de acordo com estudos das universidades do Arizona e de Michigan, pode acumular até 10 vezes mais bactérias do que as encontradas em um banheiro. Entre os microrganismos mais comuns estão Escherichia coli (E. coli), Staphylococcus aureus e Salmonella – esta última responsável por infecções graves.
O uso constante do celular ao longo do dia, inclusive no banheiro, aumenta a exposição a esses agentes. Isso ocorre porque o calor gerado pelo aparelho, aliado à oleosidade da pele e ao contato com superfícies contaminadas, cria um ambiente ideal para a proliferação de germes.
Ou seja: ao sair do banheiro com o celular nas mãos, você pode estar levando consigo partículas que seriam facilmente evitadas com um simples hábito — lavar bem as mãos.
Quais objetos você precisa limpar e como fazer isso?
Além das orientações gerais de higiene, é importante prestar atenção a itens que acumulam sujeira com facilidade, mas que nem sempre entram na rotina de limpeza. Veja abaixo cuidados específicos:
Esponja de cozinha
- Troque semanalmente ou ferva por 5 minutos a cada dois dias;
- Evite deixá-la úmida após o uso.
Controle remoto
- Limpe com pano umedecido em álcool 70% ao menos uma vez por semana;
- Evite manusear com as mãos sujas ou enquanto come.
Celular
- Limpe diariamente com pano de microfibra e álcool isopropílico 70%;
- Evite levá-lo ao banheiro.
Esponja de maquiagem
- Lave após cada uso com sabonete neutro ou específico para pincéis;
- Deixe secar completamente em local arejado;
- Troque a cada 1 a 3 meses, conforme o uso.
Panos de prato
- Troque diariamente;
- Lave com água quente e sabão, e seque ao sol.
Teclado e mouse
- Limpe semanalmente com cotonete e pano umedecido em álcool;
- Lave as mãos antes do uso, especialmente após comer.
Chaves do carro e de casa
- Higienize regularmente com álcool 70%;
- Evite deixá-las sobre superfícies sujas.
Maçanetas e interruptores
- Limpe com álcool ou desinfetante pelo menos duas vezes por semana.
Bucha de banho
- Deixe secar completamente entre os usos;
- Troque a cada 3 a 4 semanas.
Escova de dente
- Enxágue bem após o uso e deixe secar em local ventilado, com as cerdas voltadas para cima;
- Evite protetores fechados que retêm umidade;
- Troque a cada 3 meses ou após gripes e resfriados.
Tapete de banheiro
- Lave semanalmente e deixe secar bem antes de recolocar.
Bolsa e mochila
- Limpe a parte externa com pano úmido e desinfetante;
- Evite colocá-las diretamente no chão.
Travesseiro
- Lave a cada 3 a 6 meses, conforme orientação do fabricante;
- Seque ao sol para evitar ácaros e fungos.
Escova de cabelo
- Remova os fios acumulados com frequência;
- Lave com água morna e sabão neutro a cada 15 dias.
Atenção à sua caneca de trabalho!
De acordo com a Universidade do Arizona, aquela xícara de café que fica na mesa do escritório o dia todo pode acumular muitos germes – especialmente se for lavada com esponjas comunitárias raramente trocadas. O ideal é lavá-la mais vezes ao dia com água e sabão ou levá-la para casa para higienização adequada.
Mas por que isso é importante?
Muito mais do que um hábito de higiene, manter esses cuidados também é uma forma de preservar a saúde. Afinal, diversas doenças podem ser evitadas com atitudes simples no dia a dia. Só o ato de manter as mãos sempre bem limpas já ajuda a prevenir doenças como hepatite A, covid-19 e outras infecções respiratórias.
Além dos vírus, outros microrganismos como bactérias, protozoários e vermes também podem ser transmitidos por objetos contaminados, alimentos mal lavados e superfícies sujas. Esses parasitas são responsáveis por doenças como giardíase, amebíase e oxiuríase – infecções que afetam principalmente o intestino.
Por isso, observar as reações do corpo é fundamental. Quais são os sinais? Doenças causadas por contaminação costumam provocar sintomas como febre, mal-estar, dor abdominal, diarreia, náuseas, tosse e irritações. Esses sintomas geralmente são os primeiros alertas de que o organismo está reagindo a uma infecção – e reconhecê-los ajuda a buscar tratamento precoce, evitando complicações.
Recomendações gerais
Após conhecer os riscos envolvidos e os cuidados indicados, faça sua parte e cuide de sua saúde. Mas lembre-se: você não precisa seguir todas as recomendações à risca todos os dias – mas melhorar alguns pequenos hábitos de higiene no cotidiano já faz diferença. Ao dar atenção a itens muitas vezes negligenciados, você contribui para um ambiente mais seguro, saudável e equilibrado.
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