“Deve ser só uma gripe.” Já ouviu ou até mesmo já disse essa frase? A normalização da gripe – uma doença que afeta pessoas de todas as idades – é um obstáculo para a prevenção e o tratamento adequado. Afinal, as consequências menos conhecidas da infecção podem evoluir para quadros graves, com necessidade de hospitalização e, em casos extremos, risco de morte.
Embora geralmente se inicie com sintomas leves, a gripe pode desencadear complicações sérias, como pneumonia. Pessoas com doenças crônicas, idosos e crianças menores de dois anos são mais vulneráveis e podem desenvolver sinusite, otite, desidratação e agravamento de condições pré-existentes.
O que é gripe?
A gripe é uma infecção viral aguda do sistema respiratório, altamente transmissível. Os vírus causadores são classificados em quatro tipos: A, B, C e D.
- Tipo A: infecta humanos e animais, com subtipos como H1N1 e H3N2, além de variantes de origem animal;
- Tipo B: afeta apenas humanos e possui duas linhagens principais (Yamagata e Victoria);
- Tipo C: causa infecções leves em humanos e suíno;
- Tipo D: detectado em 2011, infecta suínos e bovinos, sem impacto conhecido em humanos.
Principais sintomas da gripe
Os sintomas mais comuns incluem:
- Febre;
- Dor de garganta;
- Tosse;
- Dor no corpo;
- Dor de cabeça.
Também podem surgir de forma repentina:
- Calafrios;
- Mal-estar;
- Cefaleia;
- Mialgia (dor muscular);
- Dor nas juntas;
- Prostração;
- Secreção nasal excessiva.
E podem ainda estar presentes:
- Diarreia;
- Fadiga;
- Vômito;
- Rouquidão;
- Olhos avermelhados e lacrimejantes.
Em adultos saudáveis, os sintomas variam em intensidade. Já em crianças, a febre costuma ser mais alta e são comuns quadros de bronquite, bronquiolite e sintomas gastrointestinais. Nos idosos, a febre é frequente, mas os demais sintomas podem ser pouco evidentes.
Sentiu sintomas? Fique em casa
De acordo com o Ministério da Saúde, quem apresenta sintomas gripais deve evitar sair de casa durante o período de transmissão do vírus – que dura cerca de sete dias após o início dos sintomas. O isolamento ajuda a evitar a propagação da doença, especialmente para pessoas mais vulneráveis.
Principal causa de mortalidade por SRAG
Segundo o Boletim InfoGripe da Fiocruz, a influenza A é hoje a principal causa de mortalidade por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre idosos, seguida pela covid-19. A doença também figura entre as três principais causas de óbitos por SRAG em crianças. Os dados se referem à Semana Epidemiológica 19 (de 4 a 10 de maio).
De acordo com o levantamento, 15 estados apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
Como tratar e prevenir a gripe?
O tratamento da gripe geralmente envolve repouso, hidratação, alimentação leve e o uso de analgésicos e antitérmicos para aliviar sintomas como febre, dores no corpo e dor de garganta.
Em casos de desconforto respiratório, podem ser indicados descongestionantes nasais e pastilhas. Já para situações específicas – especialmente entre pessoas com maior risco de complicações – o médico pode prescrever antivirais, como o fosfato de oseltamivir, que são mais eficazes quando administrados nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas.
É fundamental estar atento a sinais de agravamento, como falta de ar, febre alta persistente ou piora repentina do quadro. Nesses casos, procure atendimento médico imediatamente.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são essenciais, mas a vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção contra a gripe e suas complicações.
Disponível gratuitamente pelo SUS e também em clínicas particulares, a vacina é segura e essencial para evitar casos graves e mortes. Como os vírus da gripe sofrem mutações frequentes, é necessário se vacinar todos os anos. Converse com seu médico para saber qual imunizante é mais indicado para a sua faixa etária e estilo de vida.
Além da vacinação, é importante adotar medidas simples no dia a dia, como:
- Lavar as mãos com frequência (ou usar álcool em gel);
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar;
- Evitar ambientes fechados e com aglomeração;
- Manter distância de pessoas com sintomas gripais.
