Em novembro, os olhares de quem se interessa pela natureza e pela relação da humanidade com o planeta estarão voltados para a Amazônia — a maior floresta tropical do globo, lar de mais de 10% da biodiversidade mundial. Mais precisamente para Belém, capital do Pará, que sediará a COP30, uma das conferências mais importantes do mundo sobre meio ambiente e políticas climáticas. Mas, afinal, o que é essa conferência mundial do clima?
A Conferência das Partes (COP) foi criada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC ou UNFCCC, na sigla em inglês) com o objetivo de reunir os países signatários para tomar decisões e implementar compromissos no combate às mudanças climáticas – eventos que têm trazido consequências trágicas para a natureza e para a humanidade.
Esse encontro é fundamental não só para o meio ambiente, mas também para a saúde pública, já que os impactos do clima favorecem o surgimento de doenças desconhecidas, a piora nas doenças crônicas não transmissíveis, o aumento de doenças respiratórias, a insegurança alimentar e os surtos de arboviroses — como dengue, zika e chikungunya — devido ao aumento da temperatura e das chuvas, que facilitam a reprodução dos mosquitos.
A COP reúne 198 países que assinaram e ratificaram a Convenção, tornando-se um dos maiores órgãos multilaterais do sistema das Nações Unidas (ONU). Ou seja, as nações se unem para debater, planejar e tomar decisões sobre questões climáticas globais. Essas conferências acontecem todos os anos e, em 2025, o Brasil será o palco dessa importante discussão.
Mais do que discutir, os participantes da COP30 irão planejar ações concretas. Desde 2021, as COPs têm adotado a “Agenda de Ação”, um conjunto de iniciativas voluntárias que mobiliza governos, setor privado e organizações da sociedade civil para implementar soluções climáticas.
Com o apoio de todos os envolvidos, essa agenda gera eventos, campanhas, promessas e planos que influenciam as decisões oficiais sobre o clima. Embora esses compromissos sejam voluntários, eles servem como exemplo, pressionam por metas mais ambiciosas e ajudam a garantir que as negociações avancem de fato.
Para o Brasil, sediar a COP30 é uma oportunidade histórica de reafirmar seu papel de liderança nos acordos internacionais sobre mudanças climáticas e sustentabilidade. Afinal, o país abriga a Amazônia, bioma de maior biodiversidade do planeta (embora ocupe menos de 1% da superfície terrestre, contém quase 10% de toda a biodiversidade conhecida) e um dos maiores filtros naturais de carbono do mundo, fundamental para conter o aquecimento global.
O Brasil em pauta mundial
A COP30 reunirá chefes de Estado, ministros, diplomatas, representantes da ONU, cientistas, líderes empresariais, ONGs, ativistas e outros membros da sociedade civil. Todos estarão atentos à agenda climática global e ao papel do Brasil, que apresentará suas soluções para o combate às mudanças do clima, como o uso de energias renováveis, a agricultura sustentável e a preservação florestal.
Segundo o site oficial, a conferência “permitirá ao País demonstrar seus esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono, além de reforçar sua atuação histórica em processos multilaterais, como na Eco-92 e na Rio+20”. Além disso, o debate dará continuidade ao Acordo de Paris, assinado na COP21, com foco em metas para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C e compromissos de financiamento climático — tópicos centrais para monitorar o progresso desde a COP29 e acelerar ações futuras.
Quem pode participar?
O grande encontro, que acontecerá de 10 a 21 de novembro de 2025, será dividido em três principais espaços. Na Zona Azul, área oficial da ONU, ocorrerão as negociações entre os países e reuniões de alto nível. A Zona Verde será um espaço aberto ao público, com exposições e debates promovidos por ONGs, empresas e acadêmicos. Lá, serão discutidos temas cruciais para um futuro mais sustentável, como financiamento climático, inovação, biodiversidade e tecnologias limpas.
Além disso, haverá eventos paralelos com fóruns, reuniões técnicas e painéis organizados por diversas instituições e grupos de interesse. As discussões da COP30 serão transmitidas ao vivo por plataformas digitais, canais de televisão parceiros e pela mídia oficial do evento. Segundo a organização, o público poderá acompanhar tudo também pelas redes sociais e canais de comunicação do Governo Federal.
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