Discutir um futuro mais sustentável é essencial, mas transformar diálogos em ações reais é o que realmente importa. De 10 a 21 de novembro, Belém, no Pará, receberá um dos principais eventos globais sobre meio ambiente e políticas climáticas. Mas o que esperar da COP30?
A maior expectativa está no que será feito a partir das discussões do evento para melhorar o clima e, consequentemente, o bem-estar de todos. Decisões sobre corte de emissões de poluentes, preservação ambiental e justiça climática impactam diretamente a saúde pública.
Quando o mundo investe em biodiversidade e tecnologias limpas, a população se beneficia com menos doenças respiratórias, menor incidência de arboviroses, maior segurança alimentar, redução de impacto em doenças crônicas não transmissíveis e até em fertilidade..
Além disso, proteger nascentes garante água potável com menor necessidade de tratamento. A Agenda 2030 da ONU propõe 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas. O ODS 6, com 8 metas, visa assegurar água potável e saneamento de forma sustentável. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a falta de água potável pode contaminar solo e rios, afetando a saúde e qualidade de vida. Quando o saneamento é insuficiente, aumenta a transmissão de doenças.
Estudos de décadas mostram a relação entre ausência de saneamento e altos índices de internações hospitalares, proliferação de doenças de veiculação hídrica e mortalidade, especialmente infantil. Discutir essas questões é essencial para promover transformação.
O papel do Brasil como sede da COP30
Como anfitrião, o Brasil terá a oportunidade de liderar discussões e destacar desafios locais, como o desmatamento da Amazônia, que atua como filtro natural, reduz temperaturas e influencia na qualidade do ar.
Segundo o Greenpeace, a floresta armazena cerca de 100 bilhões de toneladas de carbono, regulando o clima global. A conservação da Amazônia é, portanto, questão de interesse coletivo, exigindo políticas sustentáveis para proteger o planeta.
Em 2021, a OMS alertou que mudanças climáticas são a maior ameaça à saúde humana. Maria Neira, diretora de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS, afirma que “nunca ficou tão claro que a crise climática é uma das emergências de saúde mais urgentes”.
Por isso, a COP30 em Belém não é apenas um evento ambiental, mas também de saúde. Um momento para refletir e, sobretudo, iniciar soluções. Falar sobre mudanças climáticas sem abordar os riscos à saúde humana é impossível. Em novembro, a conferência terá como objetivo cuidar do clima e da população.
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